terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Apresentação_Tertúlia Café @ Fotos

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Marisa Martins e Remoinho de Emoções por Cláudio Ferreira

Marisa Martins e Cláudio Ferreira

" A Marisa é escritora.
A Marisa teve a audácia de passar para livro muitos dos sentimentos e das pessoas que povoam os nossos seres colectivos.
Gosta de dizer que é a prova viva de que os sonhos nos levam sempre onde queremos chegar.
É estranho, eu também acho o mesmo e sinto muitas vezes que eu próprio sou a prova viva disso mesmo. No caso da Marisa, mais do que sonhar, lutou, trabalhou e acreditou que era possível. Após muito trabalho, dedicação e ousadia, está aqui para nos dar a conhecer o seu “Remoinho de Emoções”.
Ousadia, sim! Repito-me e quero repetir.
É preciso muita ousadia para criar um livro no qual regista de forma tão premente grande parte dos sentimentos humanos. Fá-lo através de uma dicotomia. São os nossos “eus”, os “eus” dela, os de todos!
A Marisa é uma apaixonada pelas pessoas. Uma Apaixonada pela vida e resolveu expressar-se através da escrita, outra das suas grandes paixões.
Apesar de não reconhecer o trabalho como sendo autobiográfico, reconhece haver muito dela dentro do livro. Muito dela e muito de nós próprios! É por isso que a sua escrita e a sua forma de ver o mundo nos prende da primeira à última linha.

Parabéns Marisa pelo teu “Remoinho de Emoções”.
Continua a alimentar essa tua paixão pela escrita. Continua a alimentar-nos dos teus sonhos. "

Por Cláudio Ferreira ( Professor universitário IPCA ), para apresentação do livro, que decorreu dia 4 de Fevereiro , no Tertúlia Café em Barcelos.

Remoinho de Emoções por Cláudio Ferreira

Cláudio Ferreira

“ Sinto a chuva gelar-me as entranhas.
Sento-me à mesa. Continuo gelado. Estou rodeado do calor de grandes amigos que ainda não conheço. Todos são estranhos, todos são grandes amigos. Continuo gelado, vagueio já pelas ruas da cidade da serra.
Sinto o calor de duas almas a falar comigo.

- Olá, eu sou a Mafalda. E tu?
-Eu... - Não me dá tempo de responder e já atalhou...
-Então Inês não te apresentas? Esta é a Inês.

Sinto o meu corpo a deslocar-se, deixo o frio da serra e sento-me à mesa.

- Estás tão frio! – Exclama Mafalda
- Sabes, faz frio na serra!
- Faz frio em todo o lado. É assim – completou Inês
- Mas as pessoas não são frias e aquecem o mundo. Há paixão. Há amor. Há calor – indigna-se Mafalda
- Eu entendo-te Mafalda, mas, a paixão passa, é por isso que é tão boa. Ela acaba. Ela acaba sempre, por isso, quando ela existe, ela é boa, é sempre boa, mas acaba. O amor depende das pessoas, é virtual. O amor é virtual não existe, tenta existir. Depende do calor das pessoas. E o calor, o calor existe, as pessoas têm calor. O sangue é quente...
- CALEM-SE! - Grito com elas. Sim consigo gritar. Grito comigo. Só comigo, nunca com os outros, não tenho essa coragem. E elas, elas não existem, são fruto da minha imaginação. Não me deixam falar, gritam os meus sentimentos, são fruto da minha imaginação.
-Não são fruto da tua imaginação, elas existem, elas vivem no livro que tens nas mãos. Eu sei, fui eu que as escrevi!
- Mas, quem és tu? Como te atreves a dizer que elas não são minhas. Como se fosse possível alguém ter a audácia de escrever as minhas “Mafaldas”... As minhas “Inêses”... Mas que ousadia! Mas quem és tu?
- Olá, eu sou a Marisa.

A Marisa não é fruto da minha imaginação, a Marisa existe.
Faz frio, sinto a água da chuva gelar-me as entranhas. Vagueio pela cidade. “

Por Cláudio Ferreira ( Professor universitário IPCA ), para apresentação do livro, que decorreu dia 4 de Fevereiro , no Tertúlia Café em Barcelos.